O Brasil dos últimos tempos tem assistido a tristes episódios de investigações, denúncias de corrupção e condenações dos nossos políticos e cidadãos que ocupam altos cargos no serviço público e no setor privado.
Mas tudo isso só está sendo possível de ser vivido porque mais que nunca os órgãos responsáveis por investigar e punir, os tem feito. E você, onde se encaixa, qual seu lugar e sua função no combate à corrupção? Esta é a pergunta que deve ser feita e cada um de nós buscar a melhor resposta para ela firmando um compromisso com a cidadania no sentido amplo, que por óbvio não pode ser restrita somente a cobrar direitos e sim realizar deveres também.
Se hoje o brasileiro tem a oportunidade de descobrir todos esses esquemas que desviam verbas públicas e prejudicam o desenvolvimento do país, é graças à capacidade de investigação e à publicidade dos atos. Em um país que já passou por fortes restrições e momentos de censura, investigar e publicizar os fatos criminosos praticados por aqueles que exercem influência na República, é de extrema importância e já se constitui, por si só, como um grande avanço em relação ao passado em que infelizmente a Justiça, regra geral, não chegava como deveria aos chamados crimes de colarinho branco.
Nesse cenário, a Polícia Federal vem atuando incansavelmente e com firmeza na busca por provas dos crimes e indícios dos criminosos; o Ministério Público, por sua vez, vem exercendo um papel fundamental de denunciar os suspeitos e o Poder Judiciário fazendo das decisões e sentenças um instrumento eficaz de combate à corrupção, condenando os culpados, tudo, respeitando, a garantia constitucional processual do cidadão do devido processo legal.
Na última sexta-feira, por exemplo, mais uma lamentável denúncia realizada pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal. Como réus, figuram os membros do PMDB do Senado: Edison Lobão, Jader Barbalho, Renan Calheiros, José Sarney, Sérgio Machado, Romero Jucá e Valdir Raupp, acusados de receberem R$ 864 milhões em propina e causar prejuízo de mais de R$ 5 bilhões aos cofres da Petrobras e de R$ 113 milhões aos da Transpetro.
Sem prejulgar nenhum dos envolvidos e a esse tema retornarei em outros textos, mas alguém, em sã consciência, duvida que o PMDB é o partido mais fisiologista de todos e por conseguinte, nessa relação promíscua, deve estar muito enrolado com problemas trazidos à tona pela denúncia?
Dentre as diversas imputações de crime, estão: corrupção ativa e passiva, prevaricação, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, fraude a licitação, cartel e evasão fraudulenta de divisas.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu na referida denúncia a pena de prisão dos citados, além de pagamento no valor de R$ 200 milhões a título de ressarcimento e indenização. Os citados teriam se reunido ainda em 2002, por ocasião da eleição de Lula à Presidência.
São acusações gravíssimas que nós temos a obrigação de cobrar a devida apuração no mais rápido tempo possível e essa nossa participação é primordial para o sucesso desse momento ímpar pelo qual tínhamos que passar com a esperança de que tenhamos novos tempos.
E pior de tudo isso é que quando a gente pensa que já foi tudo escancarado, investigado, denunciado, se engana. A cada novo dia, uma denúncia que nos causa perplexidade e enoja ao saber a quantidade de dinheiro desviado sem qualquer acanhamento, pelo contrário, os ladrões e assassinos desse país agem com uma naturalidade quando se trata de roubar dinheiro público que impressiona a qualquer estudo científico.
Mas nós temos uma última esperança: o eleitor que em toda votação tem o destino nas mãos, o poder de não deixar que suspeitos, denunciados ou condenados possam voltar a ocupar cargos públicos ou exercer influência no governo. E é o que mais tá faltando nesse momento, que cada cidadão chame para si a responsabilidade!
Portanto, seja como cidadão, membro da Polícia Federal, do Ministério Público, do Poder Judiciário, descubra sua função no combate à corrupção. Somente unindo forças, é que a Nação poderá sair mais fortalecida de toda essa crise institucional, moral e ética, que infelizmente parece não ter fim, mas que na realidade o grande segredo para o sucesso nessa empreitada é ver o lado bom de tudo isso, que é justamente não mais passar em branco as roubalheiras de outrora.
Desta forma, temos que aferir no cotejo geral dessa luta contra a corrupção, o custo-benefício e pessoalmente penso que por mais que haja algum tipo de equivoco na condução desse processo como um todo, temos muito mais acerto e principalmente a sociedade começa a ver de outro modo tudo isso, cobrando de todos os homens públicos uma postura diferenciada, até porque eles somente nos representam, sendo um dever da cidadania estar mais presente na vigilância e quando de fatos fizermos isso, mudando a nossa forma de votar, os resultados aparecerão muito rápido e ninguém vai ter saudade desse passado, que nem para museu presta.
Então, nós somos a parte mais importante nessa luta contra a corrupção!
Fonte: novoeleitoral.com
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